segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

ALÉM DO NINHO

Além do horizonte...
Segue o pássaro metálico
E suas gigantescas asas...
Rompendo ventos no escuro
Peça leve e robusta...
Que instiga, intriga e encabula
Todo o pensar.
E eu de cá,
Também pássaro que assiste
Filhote saindo do ninho,
Emanando de cá fluidos magnéticos
Benéficos.. Incansáveis.. Benditos..
Pedindo que as nuvens se acomodem
E abram alas
Ao longo da estrada flutuante...
Enquanto isso, seu riso há de se abrir...
Há também, de levar encanto...

Da vida que aí palpita..
Por onde seus pés, 

Voz e luz própria
Tocarem


liza leal



Obs:
inspirado na viagem do meu filho... Hoje - 6 meses fora do Brasil.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

MARESIA

De fato,
O tempo com seus remos,
Se encarrega com maestria
De  conduzir a correnteza do rio,
O mesmo que comporta esse coração poético
Deus sabe como
 (...)
E você, 
No arquivo vivo de memórias,
Tornou-se fragmentos de trilhas íngremes,
Rumo ao pico de uma colina
Vista pro mar
E é claro, 
O cheiro estonteante de maresia

Sigo, 
Apesar e sempre
Obedecendo
O ritmo das águas...
E ao invés de olhar para trás
Cerro os olhos, 
Vez por outra,
Enquanto uma palavra solta
Que ficou no ar
Atravessa feito um tiro 
Algum suspiro





liza leal

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

ESCUDO



Pois quem tem luz própria 

Traz consigo um escudo 
Um amuleto natural..
Se depara com a truculência
Entre tantos vendavais...
E compreende
Que mesmo a Natureza mais sublime
Necessita de reformas
Para se reajustar...







liza
leal

sábado, 27 de setembro de 2014

FAZ DE CONTA...

Mais uma vez 
Me faço de santa..
Fortaleza..
Escudo..
Carro blindado..

Faço de conta

Que seu súbito gesto falado
Não passa 
De impulso
Um dardo impensado
Continuo, por ora,
Sendo poço profundo 
De tolerância
Fonte abundante
Com movimento feito
De sensibilidade
Apurada 



liza
leal

terça-feira, 12 de agosto de 2014

DIA DOS PAIS



Revivendo coisas de uma época
Em que o tempo rei parecia ensolarado e preguiçoso,
E a certeza de vida plena era de uma ternura
Indecifrável.

Nas tardes em que a doçura era literalmente saboreada...
Compartilhada por nós...
"Nosso lanche da tarde" - doce em pedaço... picolé...

Por entre as ferramentas de trabalho do meu pai
Meus olhos assistiam a tudo, c/ o coração apertado.
Pavor imenso que ele pudesse se cortar...
Com suas facas gastas de tanto amolar...
O som dos motores da oficina.
Lixas... Colas... Pneus e solas... (Um cheiro que disse adeus tão cedo).
Inocência a minha!...
Combinação perfeita de pulso e fibra, ali havia.
No caráter e no capricho das mãos.
Meu pai era um exemplo de homem e cristão.

No fim do dia,
Recompensa em cruzeiros para "minhas despesas".

Seu belo sorriso. Seus olhos castanhos claros..
Cabelos lisos e negros(minha filha tem)
Entradas na testa(Meu filho também herdou)

Aulas de como se lê um "relógio", ele me deu.
Contas de dividir. (Que aflição meu Deus!) rsrs
Um som no rádio... O favorito - rei do baião.

Nosso último encontro foi em sonho.
Surgiu de uma luz clara.
Formoso e todo de branco. Chorei e me dei conta que era mais que um sonho.
Pai?!... E minha mãe? (...)
Abraço e emoção ímpar.

A vida continua, que bom!...
Isso é presente. Consolo divino.
Segue, meu pai...
Sua nobre missão,

Mensageiro de luz..
Num paraíso pleno de paz.


liza leal

segunda-feira, 7 de julho de 2014

QUE VEM E QUE PASSA...

O coração dá o "play"...
Balada naquele estilo
Show intimista 
Tocando os arquivos
Mais secretos
Reservo aquela poltrona cativa
Escolho um blues de cacife 
E a gente se aninha
Se entende, 
Se recorda
Se emociona e se fala
Flutuemos...
Tim-tim com reserva
Não estamos pra ninguém

(...)
É só mais um capítulo
Humanamente poético
De um caso com a "saudade".
Mergulho que vem e que passa
Já já dou stop ou pause
E encaro a realidade...
Afinal, há tempo para tudo...
E é assim que copiosamente
Sei existir

liza leal
















segunda-feira, 16 de junho de 2014

FIBRAS DA REDE




Suspiro.
Pairo. 
Existo
"In" perfeito estado
Desnudo a alma
Envolta na atmosfera 
Latente
Da maturidade

Dispo-me
De irrelevantes detalhes
Desses que
Não se encaixam...
Aqui dentro não cabem...

Lavo a alma
A pele..
Os sentidos..
Em gotas generosas
De arrepio
Invadem
Escorrendo por entre fibras
Da rede pungente
Chamada
Sensibilidade


liza leal


quarta-feira, 4 de junho de 2014

FOME DE VIDA

A fome que digo
É dessas:
Brilho no olhar de menino
Vibrante, na arena de um circo...
Pés enterrados, absortos...
Na areia branquinha...
Essa gana que digo,
É dessas que os bichos famintos
Literalmente
Tiram da boca,
Protegem sua cria...

No sincronismo da dança
Na fala do instrumento afinado
No riso estampado 
Na face de toda criatura pensante 
E só...
Carente 
De afago e alimento...
E todo aquele que perambula,
Sem gota alguma de compaixão
E o que dizer da fome de se amar...
Como se este fosse o último gesto da vida...

De dentro pra fora,
De fora pra dentro,
Zelo pela alma
Com toda força
Do sentimento


liza leal

sábado, 3 de maio de 2014

ROLAM OS DADOS...



Enquanto os dados rolam...
Nessa bendita hora...
Intensa e light
"De caso com a vida"
Furtivas doses emotivas

Em cálice
De arrepio
Sim, eu consigo.
Feito o deslizar veloz
Na tirolesa da Vida
Sentindo o lamber

Explícito
Do vento docemente

Selvagem
Na cara...

.

Enquanto
A engrenagem da Vida
Nortear "o barco"

Sem arrancar
A essência ritmada
Da doce meninice
Menina-mulher
Eu sou
Enquanto houver
Vida



(ao som de James Brown)
by L.L.



quarta-feira, 9 de abril de 2014

03.04

É 03.04
Uma brisa com toque infantojuvenil
Nas primeiras horas da manhã
Me trazem verdadeiros achados do baú de recordações:
Saudade serena - Cheiro, abraço e voz...
Dos grandes guerreiros nordestinos que me deram vida,
Agora em outra dimensão.
Um pranto consciente e sereno lava a alma... Lavo a louça também.
Celebro mais um céu de Abril com mais um café sagrado
Feito do próprio punho.
Solidão fina que aprecio. Pássaros cantam no pé de romã do vizinho.
Telefonemas...
Orquídeas ao meio dia.
Abraço do meu cãozinho Charlie.
Quinta-feira sagrada.
Carinhos virtuais. Abraço-família. 
Meus filhos.. Meu grande legado.

Meus amigos.
Minha história
Meu jeito escancaradamente sensível 
De ser e estar...
Meu eu "despido" dá vida à música
Cantando à noite
Num bar

Grata por todas as folhas dos dias
Por toda a bagagem sagrada
E claro,
Esse magnífico respirar.

by L.L.






sexta-feira, 14 de março de 2014

???


"A La Vonté"
Calmaria e preguiça
Tempestade e folia...
Pontos flutuantes
De interrogação


O que seria da essência humana
Se não pudéssemos ser genuínos

Feito árvores e seus contornos
Rústicos, por assim dizer...
Pedra bruta
Em sua diária lapidação



segunda-feira, 3 de março de 2014

NINHO DE MEMÓRIAS

Logo pela manhã
Me surpreendi com borboletas
Adentrando o ninho 
De memórias...
Uma em especial, bailando singela
Vestida num amarelo ouro...
Um encanto só!

Contemplei a mini viajante
E senti
Nas asas do vento
Um traço fino 
De saudade 
Dessas 
Incompreensivelmente
Cheia de charme
Simplesmente
Imortal




by Liza Leal




segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

MUSIC

Fechei os olhos
E dei de cara com a sensibilidade rouca
Entremeada de falsetes
Eddie Vedder
Falou-me diretamente
Ao peito
Ben Harper soou sinceramente
De um jeito!...
Jack Johnson e todo azul do mar...
Ah!...
Dei stop pra todo o resto...
Peguei meu violão 
E aquele passaporte 
Com "zero" de pretensão,
E me pus a tocar
De modo simples... Simplório.
Vou longe...
Mas volto.
Quero apenas
Em melodias nobres
Sem pressa
Navegar.

by L.L.




quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

EASY

Quem disse que seria fácil!?...
Que haveria sempre aquela sensação de nuvens sob os pés
O mosaico lindamente construído em cada gesto sutil e simples
Em cada dia vivido
Imagine ser capaz de saborear tudo e todas as peles que
Teu íntimo lhe confessa


Ir até onde desejasse.
Ficar inerte ouvindo simples e tão somente o som do mar...
Até porque se fizer um "pause" pra pensar em tudo que já conquistou
Verá que nem parece tanto, exatamente porque JÁ SE FOI.
E o imediatismo da língua, do toque, dos pés... 
Clamam por um tanto mais... E mais...
Um poço sem fundo esse obstinado estranho verbo querer!
Impulsos que sussurram 
Pedindo por algo... 
Alguém - fazer acontecer

Bendito verbo viver!...



by L.L.